quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Aos meus amigos...

Todos sabem que tenho os "dedos soltos", que na devida inspiração, começo a digitar e simplesmente não paro. Quero dedicar o texto que segue a todos os meus amigos, todos aqueles que me desejaram "Feliz Natal" nos últimos dias e, infelizmente, receberam o meu silêncio de volta.
Para aqueles que me conhecem, sabem que o Natal é para mim uma época mágica e geralmente começo os preparativos no início do ano. Sou apaixonada por esse período do ano, principalmente porque é quando as pessoas agem como deveriam agir o ano todo, há mais amor no mundo, há mais compreensão, há mais SENTIMENTOS BONS de um modo geral. Este ano, os preparativos não foram diferentes, comecei no início de 2012 a idear enfeites, presentes, guloseimas, tudo para retribuir o afeto de todos. E, infelizmente, este Natal foi terrivelmente diferente.
Em 21 de outubro de 2012 minha vó Bea desapareceu, sem deixar rastros, simplesmente sumiu. Depois de incansáveis buscas, de divulgações em todos os meios possíveis, de apelos, pedidos, rezas, promessas, depois de tudo que podia ser feito, minha família acabou passando o Natal sem a matriarca. Sei que foi difícil para todos, mas não posso descrever o que os outros sentiram. Eu estava e me mantenho arrasada.
Na última semana, a cada dia que passou eu estava mais aflita, menos esperançosa, mais triste.
Dia 24 foi o mais cruel. Passei na casa de meus pais, junto com a minha irmã mais nova, porque eles foram para Aparecida, a pedido de meu Vô, tentar conseguir alguma boa nova. Foi impossível esconder a tristeza, não conseguia conter as lágrimas, e por mais forte que eu quisesse ser, e precisasse ser, não consegui me manter firme diante de tanta dor. Neste dia, geralmente, reuníamos toda a família, mesa farta, troca de presentes, união, tempo de se desligar do resto do mundo, da correria do dia a dia, e simplesmente, ser família, coisas que só o Natal nos permitia... Apesar de ter sido um dos momentos mais difíceis a enfrentar nos últimos tempos, aprendi muito com a noite da véspera de Natal, e gostaria de transmitir um pouco disso para vocês.
Foi nessa noite que me dei conta, que a ceia de Natal mais perfeita não é aquela com todos os pratos típicos, chester, panetone, arroz a grega, espumante, fios de ovos, e tudo mais, a ceia perfeita pode ser pizza e refrigerante, desde que tenha que a gente ama por perto, desde que sabemos que, mesmo não estando todos ali, como a gente quer, onde quer que estejam, estão bem, estão em clima de Natal, estão conosco em pensamento, em sentimento, estão junto, mesmo longe.
Foi nessa noite que percebi que nem sempre as coisas são como a gente quer, mas que o amor incondicional de pai, mão, irmãos, avôs, esse amor perdura e supera qualquer circunstância, perdoa os erros e cura a aflição.
Foi nessa noite, e apenas a partir dessa noite, que pude me dar conta, que depois de 358 dias do ano que passamos correndo, com breves "ois" e "tudo bem", que se ninguém ficar doente, ou vier a falecer, não tiramos tempo para o que realmente importa, depois disso, nos reunimos e queremos fazer tudo como se todo amor estivesse apenas no 359º dia do ano... E isso é muito errado.
Não lembro, e isso me dói muito, quando foi a última vez que parei, respirei fundo, me desliguei do mundo, inclusive em pensamento, não lembro quando foi a última vez que "saí de órbita", que senti a grama sob meus pés, que molhei a mão em um arroio, em um cascata, sem ter que olhar para o relógio e voltar correndo, não lembro a última vez que fui passear, conhecer algum lugar novo, ou visitar algum lugar "velho", apenas por sair, ficar fora uns dias, RESPIRAR... Vocês lembram quando fizeram isso pela última vez? Se lembram, que bom, vocês não estão tão hipnotizados pelo feitiço que gira em toda essa globalização...
A sede por mudar o mundo me domina, a ideia de que cada um pode, e deve, faze a sua parte está presente na minha vida, como o ar que preciso para viver cada instante. Mesmo assim, nem sempre faço o meu melhor,e hoje me dou conta disso. Está na hora de diminuir meu ritmo, viver o meu modo de vida, retroceder, reativar valores que o mundo desligou da minha vida.
Pensando nisso, me dando conta disso, resolvi escrever. Se vocês concordam ou não, não cabe a minha julgar, nem cabe a vocês ME julgar. Mas acho que é uma boa maneira de começar.

AGRADEÇO primeiramente a Deus, por me conceder tudo o que tenho, o que espero ter, e o que eu não queria, mas sei que tudo tem sua razão de ser e acontecer.
AGRADEÇO a meus pais, Paulo e Vera, por me darem uma educação exemplar, repleta de princípios, de moral, de amor, carinho, dedicação, coisas que só pai e mãe podem proporcionar.
AGRADEÇO às minhas irmãs, e a todos os meus familiares, mesmo aqueles que hoje apenas são, mas que já fizeram muito por mim, pelo exemplo de união, de companheirismo, mesmo que estes fiquem por vezes nas entrelinhas. às minhas irmãs, simplesmente não sei como dizer. Elas são meu tudo, meus apoios, minha força, meu tempo para respirar, minha vontade de resistir.
AGRADEÇO a todos os meu amigos, de perto, de longe, de todo dia, de lembranças, de longas conversas, de alguns "curtir" e "compartilhar", aos que surgiram, e aos que estão comigo a vida toda, simplesmente por me acompanharem, por me deixar fazer parte das suas vidas.
AGRADEÇO as pessoas "estranhas", que estão junto nesse momento tão difícil para toda minha família, que fazem parte dos quase 8000 compartilhamentos da minha história no facebook.

AGRADEÇO A TODOS, por estarem no meu caminho, por contribuírem para escrever a minha história, por tudo.

Tenho que agradecer diretamente a minha família, que estão comigo todos os dias e que estão enfrentando isso comigo, mas esse eu deixo para fazer pessoalmente.

Enfim, espero que todos tenham tido um FELIZ NATAL, com muitos presentes, muito sentimento, e que isso perdure, se mantenha mesmo ao longo da vida de todos.
E que 2013 seja um ano melhor para todos, repleto de coisas boas, de conquistas, de saúde, de paz, amor, DE TEMPO!

AMO TODOS VOCÊS...

E não esqueçam: PAREM PARA RESPIRAR!!!

Camila Beatriz de Vargas

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Martha Medeiros: Amigo de si mesmo


"Como sempre, nosso bem-estar emocional é alcançado com soluções simples, mas poucos levam isso em conta, já que a simplicidade nunca teve muito cartaz entre os que apreciam uma complicaçãozinha. Acreditando que a vida é mais rica no conflito, acabam dispensando esse pó de pirilimpimpim.

Para ser amigo de si mesmo é preciso estar atento a algumas condições do espírito. A primeira aliada da camaradagem é a humildade. Jamais seremos amigos de nós mesmos se continuarmos a interpretar o papel de Hércules ou de qualquer super-herói invencível. Encare-se no espelho e pergunte: quem eu penso que sou? E chore, porque você é fraco, erra, se engana, explode, faz bobagem. E aí enxugue as lágrimas e perdoe-se, que é o que bons amigos fazem: perdoam.

Ser amigo de si mesmo passa também pelo bom humor. Como ainda há quem não entenda que sem humor não existe chance de sobrevivência? Já martelei muito nesse assunto, então vou usar as palavras de Abrão Slavutsky: "Para atingir a verdade, é preciso superar a seriedade da certeza". É uma frase genial. O bem-humorado respeita as certezas, mas as transcende. Só assim o sujeito passa a se divertir com o imponderável da vida e a tolerar suas dificuldades.

Amigar-se consigo também passa pelo que muitos chamam de egoísmo, mas será? Se você faz algo de bom para si próprio estará automaticamente fazendo mal para os outros? Ora. Faça o bem para si e acredite: ninguém vai se chatear com isso. Negue-se a participar de coisas em que não acredita ou que simplesmente o aborrecem. Presenteie-se com boa música, bons livros e boas conversas. Não troque sua paz por encenação. Não faça nada que o desagrade só para agradar aos outros. Mas seja gentil e educado, isso reforça laços, está incluído no projeto "ser amigo de si mesmo".

Por fim, pare de pensar. É o melhor conselho que um amigo pode dar a outro: pare de fazer fantasias, sentir-se perseguido, neurotizar relações, comprar briga por besteira, maximizar pequenas chatices, estender discussões, buscar no passado as justificativas para ser do jeito que é, fazendo a linha "sou rebelde porque o mundo quis assim". Sem essa. O mundo nem estava prestando atenção em você, acorde. Salve-se dos seus traumas de infância. Quem não consegue sozinho, deve acudir-se com um terapeuta. Só não pode esquecer: sem amizade por si próprio, nunca haverá progresso possível, como bem escreveu Sêneca cerca de 2.000 anos atrás. Permanecerá enredado em suas próprias angústias e sendo nada menos que seu pior inimigo."
(Martha Medeiros)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Navegações, copiações... palavras...


Incrivelmente inspirada hoje, sei que coisas boas irão acontecer nesta semana, por isso, procurando mensagens que expressem as explosões que ocorrem na minha mente... De repente, se mais tempo tiver, à noite escrevo, ou melhor, descrevo um pouco do que acontece...

"Precisa-se de loucos De loucos uns pelos outros!
Que em seus surtos de loucura tenham habilidades suficientes para agir como treinadores de um mundo melhor. Que olhem a ética, o respeito às pessoas e a responsabilidade social não apenas como princípios, mas como verdadeiros compromissos.  Precisa-se de loucos visionários que, além da prospecção de cenários futuros, possam assegurar um novo amanhã, criando estratégias de negócios que estejam intrinsecamente ligadas à felicidade das pessoas. Primeiro a gente é feliz, depois a gente faz sucesso, não se pode inverter esta ordem. Precisa-se de loucos poliglotas que não falem inglês, espanhol, francês ou italiano, mas que falem a língua universal do amor, do amor que transforma, modifica e melhora. Palavras não transformam e sim atitudes. Precisa-se simplesmente de loucos de amor. De amor que transcende toda a hierarquia, que quebra paradigmas; Amor que cada ser humano deve despertar e desenvolver dentro de si e pôr a serviço da vida própria e alheia; Amor cheio de energia, amor do diálogo e da compreensão, amor partilhado e divino, do jeito que Deus gosta. Precisam urgentemente de loucos, capazes no SER, sem receios de serem chamados de insanos, que saibam que a felicidade consiste em realizar as grandes verdades e não somente em ouvi-las… Ou resgatamos a inocência perdida ou teremos que desistir de vez da condição de HUMANOS. Qual vai ser a sua atitude?"

Clarice... duas pessoas... um mesmo gênio...


Incrível como ela escreve bem o que eu quero dizer... Hehehehehe

"Sou o que se chama de pessoa impulsiva. Como descrever? Acho que assim: vem-me uma ideia ou um sentimento e eu, em vez de refletir sobre o que me veio, ajo quase que imediatamente. O resultado tem sido meio a meio: às vezes acontece que agi sob uma intuição dessas que não falham, às vezes erro completamente, o que prova que não se tratava de intuição, mas de simples infantilidade.
Trata-se de saber se devo prosseguir nos meus impulsos. E até que ponto posso controlá-los. [...] Deverei continuar a acertar e a errar, aceitando os resultados resignadamente? Ou devo lutar e tornar-me uma pessoa mais adulta? E também tenho medo de tornar-me adulta demais: eu perderia um dos prazeres do que é um jogo infantil, do que tantas vezes é uma alegria pura. Vou pensar no assunto. E certamente o resultado ainda virá sob a forma de um impulso. Não sou maduro bastante ainda. Ou nunca serei.”
(Clarice Lispector)