quarta-feira, 28 de agosto de 2013

"E meninas, isso é o mais importante: se um cara não está te tratando bem, não espere que ele mude! Dispensa essa vergonha para a população masculina da Terra, e ache alguém que te trate com respeito. Alguém que honre seu código moral. Alguém que te faça sorrir mesmo no seu pior momento. Alguém goste de você mesmo quando você erra. Alguém que pare o que está fazendo só pra te olhar nos olhos e sorrir. Deem uma chance pros caras legais. Qualquer homem que não for um babaca vai concordar com isso. A vida é curta demais pra ficar reclamando de tudo que aparece no seu caminho, então pare e cheire as flores da vida, porque você pode nunca mais ter essa oportunidade. Pare e aproveite, porque cada uma é diferente à sua própria maneira. Corra riscos, porque se não der tudo certo, sempre haverão mais flores para se cheirar."

terça-feira, 6 de agosto de 2013

O caminho de volta



Já estou voltando. Só tenho 37 anos e já estou fazendo o caminho de volta. Até o ano passado eu ainda estava indo. Indo morar no apartamento mais alto do prédio mais alto do bairro mais nobre. Indo comprar o carro do ano, a bolsa de marca, a roupa da moda.

Claro que para isso, durante o caminho de ida, eu fazia hora extra, fazia serão, fazia dos fins de semana eternas segundas-feiras. Até que um dia, meu filho quase chamou a babá de mãe!

Mas, com quase quarenta, eu estava chegando lá. Onde mesmo? No que ninguém conseguiu responder, eu imaginei que quando chegasse lá ia ter uma placa com a palavra "fim". Antes dela, avistei a placa de "retorno" e nela mesmo dei meia volta.

Comprei uma casa no campo (maneira chique de falar, mas ela é no meio do mato mesmo). É longe que só a gota serena. Longe do prédio mais alto, do bairro mais chique, do carro mais novo, da hora extra, da babá quase mãe.

Agora tenho menos dinheiro e mais filho. Menos marca e mais tempo. E não é que meus pais (que quando eu morava no bairro nobre me visitaram quatro vezes em quatro anos), agora vêm pra cá todo fim de semana? E meu filho anda de bicicleta, eu rego as plantas e meu marido descobriu que gosta de cozinhar (principalmente quando os ingredientes vêm da horta que ele mesmo plantou).

Por aqui, quando chove, a Internet não chega. Fico torcendo que chova, porque é quando meu filho, espontaneamente (por falta do que fazer mesmo) abre um livro e, pasmem, lê. E no que alguém diz "a internet voltou!" já é tarde demais porque o livro já está melhor que o Facebook, o Twitter e o Orkut juntos.

Aqui se chama "aldeia" e tal qual uma aldeia indígena, vira e mexe eu faço a dança da chuva, o chá com a planta, a rede de cama. No São João, assamos milho na fogueira. Aos domingos, converso com os vizinhos. Nas segundas, vou trabalhar, contando as horas para voltar.

Aí eu me lembro da placa "retorno" e acho que nela deveria ter um subtítulo que diz assim: "retorno – última chance de você salvar sua vida!" Você provavelmente ainda está indo. Não é culpa sua. É culpa do comercial que disse: "Compre um e leve dois". Nós, da banda de cá, esperamos sua visita. Porque sim, mais dia menos dia, você também vai querer fazer o caminho de volta.

Téta Barbosa é jornalista, publicitária e mora no Recife.
Enviada por: Suelen Caroline Block

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Pensando nos meus projetos em andamento, lendo um pouco, lembrei deste trecho de Olha Os Lírios no Campo que me foi apresentado há alguns anos atrás, em uma Saída de Campo, pelo Professor Mateus Oliveira. É incrível como o ser humano consegue visualizar o que precisa ser feito, mas são poucos que conseguem planejar esta visão, e são menos ainda os capazes de realmente fazer acontecer.
O ser humano perdeu o que o diferencia dos demais habitantes deste planeta: a HUMANIDADE. E como Veríssimo nos diz "De que serve construir arranhas-céus se não há mais alma humana para morar neles", precisamos resgatar essa humanidade, desenvolver o real sentido da palavra cooperação, entender que a Terra não nos pertence, somos apenas ferramentas de um sistema vivo, e como toda ferramenta, também podemos ser descartados, substituídos, e o rumo que dermos ao mundo, ditará se estaremos nos aniquilando, se estaremos sozinhos, ou se salvaremos a todos. Nosso sistema social e econômico mundial está em ruínas, guerras, crises, miséria, temos exemplos diários do mal que o ser humano está causando a sua própria espécie. Uma revolução é necessária. Cabe a nós decidirmos se tomaremos frente à essa briga ou se deixaremos nos consumir pela ruína... Que tal ser a mudança que você tanto quer ver no mundo???

“Estive pensando muito na fúria cega com que os homens se atiram à caça do dinheiro. É essa a causa principal dos dramas, das injustiças e da incompreensão de nossa época. Eles esquecem o que têm de mais humano e sacrificam o que a vida lhes oferece de melhor: as relações de criatura para criatura. De que serve construir arranhas-céus se não há mais alma humana para morar neles […]É indispensável trabalhar, pois um mundo de criaturas passivas seria triste e sem beleza. Precisamos, entretanto, dar sentido humano às nossas construções. E quando o amor ao dinheiro, ao sucesso, nos estiverem deixando cegos, saibamos fazer pausas para olhar os lírios do campo e as aves do céu…É indispensável que conquistemos este mundo, não com as armas do ódio e da violência e sim com as do amor e da compreensão. Quando falo em conquistar esse mundo, quero dizer a conquista duma situação decente para todas as criaturas humanas, a conquista da paz digna, do espírito de cooperação…" (Érico Veríssimo)