terça-feira, 10 de junho de 2014

Pessoas, status, check-in e a luta por uma felicidade real!

Em uma palestra do teólogo/filósofo Leonardo Boff sobre as relações humanas na era digital, o referido cita que estamos vivendo a era da Comunicação Total e que se faz necessário uma ética que nos ensine a trabalharmos com a internet, sem sermos escravos dela.
Agora me pego pensando que não basta apenas aprendermos a trabalhar com a internet, temos que reaprender a viver SEM a internet. Vejo pessoas que atualizam seu status, realizam seus check-in no intuito de divulgar suas vidas, suas realizações, suas falsas ideias de serem felizes. O que é felicidade?
Ouvi uma certa vez de um rapaz: "Faço meus check-in sempre, por tudo onde vou. Já pensou se sou sequestrado? Assim meus pais saberão onde estive..." em outro vez ouvi algo tipo "Quem me conhece, de verdade, sabe que não estou feliz" aí essa mesma pessoa coloca suas fotos e seus status escrevendo algo tipo "Felicidade maior não há...". Que mundo é esse que estamos vivendo, se eu não colocar um status falando que sou feliz, não o serei? Se eu postar uma imagem mais triste, é por que estou depressiva?
Imagino quem se presta a perder tempo "conhecendo" as pessoas por seus check-ins...
Vivemos no mundo da Comunicação Total, mas dependemos de recursos tão esdrúxulos  para transmitirmos uma falsa ideia de felicidade, para "ficar bem diante à sociedade". Como se tem uma amizade verdadeira baseada em um mundo de mentiras? Por que você TEM que estar feliz, obrigatoriamente, 24 horas do dia?

O mundo virtual surgiu para facilitar nossas vidas, aproximar as pessoas, e ao contrário disso, está sendo usado como o consumo inconsciente.
Já dizia Érico Veríssimo "O objetivo do consumidor não é possuir coisas, mas consumir cada vez mais e mais a fim de que com isso compensar o seu vácuo interior, a sua passividade, a sua solidão, o seu tédio e a sua ansiedade."

E nos dias atuais, é essa também a função da internet e suas inúmeras redes sociais, seja qual for a forma que se apresentem.

Pessoas vendem suas vidas à uma falsa ideia de felicidade, de plenitude, para ver quantas "curtidas" a mais recebe, para mostrar que não são coitados depressivos em um mundo do descaso humano, para mostrar o quanto são realizadas, o quanto estão fazendo sucesso, o quanto estão crescendo, podendo. É isso, é tudo uma questão de PODER, por isso a própria rede social chama de "status", não teria nome mais característico para isso.

O ser humano e sua mania de grandeza. Esquecendo-se que nada mais é do que um fio da teia de vida... Uma formiga no universo, o pingo no "i" do nome de Gaia.

Leonardo Boff, na palestra, comentou também que o consumismo, materialismo, está encobrindo o PONTO DEUS que temos em nosso cérebro, responsável pela nossa conexão com o todo universal, pela nossa interligação com os demais seres do planeta, e é isto que nos torna cada dia mais desumanos, como máquinas programadas para viver baseadas em um sistema falho, fraca, arruinado. Podem tentar sucumbir nossa natureza, mas o espírito selvagem ainda habita nosso peito, o instinto de sobrevivência é mais forte, e a medida que tomamos consciência disso, somos iluminados espiritualmente, e passamos a buscar o desligamento desse sistema.

Em passos lentos vamos caminhando. Alguns não resistirão, mas aqueles que já percebem, começam a realizar suas mudanças interiores.

De que vale uma bolsa Tiffany no meio da selva? Como uma Ferrari te ajudaria a sobreviver? As prioridades humanas estão viradas, chegou a hora de retomarmos nosso rumo de existência, mostrar à Gaia que valeu a pena a evolução que nos foi concedida, mostrar que podemos mudar o jogo e salvar a todos, antes que seja tarde demais...


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